terça-feira, 30 de novembro de 2010

ALUNO É TRANSITÓRIO, FILHO É PARA SEMPRE...

Aluno é transitório, filho é para sempre...



Palestra ministrada pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, em Curitiba, 23/07/09..


O palestrante é membro eleito do Board of Directors of the International Association of Group Psychotherapy, Conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho "Via de Acesso", Professor de cursos e workshops no Brasil e no Exterior.

Em pesquisa realizada em março de 2006, pelo IBOPE, entre os psicólogos do Conselho Federal de Psicologia, os entrevistados colocaram o Dr. Içami Tiba como terceiro autor de referência e admiração - o primeiro nacional.


· 1º- lugar: Sigmund Freud;

· 2º- lugar: Gustav Jung;

· 3º- Lugar: Içami Tiba

1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre. Pais de Alta Performance acompanham não só passo a passo seus negócios como também o caminhar e o desenvolver dos filhos na escola e dentro de casa.

2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar em um quarto onde tenham internet, som, tv, etc...

3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser, passar o dia todo em hospital de queimados.


4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.

5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa. Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.

6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará. A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente.

7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.

8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.

9. É preciso transmitir aos filhos a idéia de que temos de produzir o máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.

10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.

Seu filho está preocupado ou sofrendo? Envie-lhe um torpedo perguntando como está e exija resposta mais longa do que um “tudo bem”, para agendar um encontro, quem sabe numa lanchonete, para almoçarem juntos e compartilharem este momento que pode ser o ponto de virada entre o bom e o mal resultado...

Afinal, são os filhos que vão nos sustentar na velhice, nas doenças da longevidade, além de perpetuar o nosso DNA pelo mundo afora.

11. Cuidado! Pais ocupados, filhos distantes! Um dos pontos fracos da educação familiar hoje é a dificuldade que os pais encontram de passar um padrão ético, regido pelo equilíbrio entre o poder e o dever. Crianças até podem não guardar os brinquedos após terminar a brincadeira, mas devem guardá-los para deixar o local da brincadeira em ordem para que outros possam usá-lo. O princípio fundamental da cidadania familiar é: não se deve fazer em casa o que não poderá fazer na sociedade, mas deve praticar em casa o que terá que fazer fora dela.

12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo' .

13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.

14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.

15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.

16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade. Pais bonzinhos são "bobinhos", pois estão financiando a falta de formação e de educação (formação do futuro cidadão ético). Pais poupadores, que não impõem o cumprimento das obrigações dos filhos nem cobram bons resultados podem formar "princepes e princesas esperadores"de heranças e de prêmios sem comprar bilhetes no lugar de terem filhos EMPREENDEDORES.

17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.


18. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir também.

19. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reviver. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.
20.  Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.

21. Pais e mães não podem se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype, é inconcebível pagarem para falar com o filho que mora longe.

22. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.

23. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.

24. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.

25.. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.

Frase: "A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja, não vai buscá-lo na cadeia..."

"O comportamento humano não é pré-determinado, como nos animais. Temos o poder de mudar o futuro, de mudar nosso comportamento já no próximo momento. Podemos mudar por amor, por querer bem a uma pessoa amada, a um filho, à humanidade."

(Içami Tiba)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Espaço Psicopedagógico

Aberto no mês de Novembro, o Espaço Psicopedagógico Fátima Santa Cruz.
Localizado na Clínica Dr. Cabral, no bairro de Higienópolis, RJ. 
Atendemos Crianças e adolescentes com Dificuldades de Aprendizagem, com Transtornos de Atenção e hiperatividade (TDAH), com Síndromes como Down, Autistas, Rett, Asperg.
Atendimento individualizado ou em grupo. 
Convênios com Cora Autista e Centro Educacional Conviver.

Fatima Santa Cruz 
pedagoga/psicopedagoga
Sócio ABpp nº764 RJ

Marque uma avaliação.
Tel: (21) 9440.1281

Inauguração do Espaço Psicopedagógico

No mês de novembro realizei  um sonho!!!
Inauguramos o Espaço Psicopedagógico Fatima Santa Cruz,
localizado na Clínica Dr. Cabral em Higienópolis, RJ.
No  coquetel de inauguração tivemos a oportunide de agradecer a Deus com a presença do Pastor Jorge que  muito  gentil compareceu com sua filha e esposa (Amanda e Betinha), também estavam presentes o Dr. Cabral  com seu filho Dr. Ivan (dentista), Nenen (auxiliar), Victor (filho da Nenen) e minha  família, Wagner, Riccardo, Renner e meu esposo Fernando

Cientistas buscam a cura para o AUTISMO

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/11/cientistas-brasileiros-consertam-neuronio-autista-em-laboratorio.html

sábado, 6 de novembro de 2010

As crianças fazem de seus pais modelos!!!

Todas as crianças até dois anos estão descobrindo o mundo que os  cerca . É uma fase muito rica onde se constrói vínculos afetivos e se desenvolve os relacionamentos interpessoais.
É também nesta fase da vida que se forma a personalidade e é fundamental que os pais forneçam a esta criança muito amor, carinho e proteção.
Os primeiros anos de vida, são os mais imprortantes, pois são neles que o bebê se desenvolve socialmente e  cognitivamente passando de um ser  dependente de sua mãe a uma crança esperta e sociável.
Foi observando estas crianças que pecebemos que aprendemos desde a mais tenra idade.
 Um exemplo classico disto é que mais ou menos dos 5 aos 6 anos uma criança já  é capaz de falar  aproximadamene 10.000 palavras. Chegamos então a conclusão que a crianças aprendem desde o nascimeto assim podemos  concluir que esta crianças aprende mais ou  menos 2.000 palavras por ano.
Ao aprender o cérebro entra em atividade e ocorrem nele conexões, aos 2 meses uma criança já é  capaz de distinguir um  rosto e aos 3 meses são ativadas algumas áreas do hesmisfério esquerdo permitindo -a  diferenciar  mehor os sons .
O estímulo dos pais é muito importante, através deles surgem  as primeiras ações dos bebês, favorecendo assim o surgimento da plasticidade neural.
Assim pais vão se tornando modelos para seus filhos. A criança vai absorvendo tudo que o adulto trasmite para ela, de forma que se um pai é muito sorridente com toda certeza seu filho será também muito sorridente.

terça-feira, 15 de junho de 2010

O que é TDAH?

O que é TDAH?


É um transtorno neuropsicológico com base biológica, que afeta 10% da população mundial, de caráter hereditário, onde observamos a nível de lobo frontal do cérebro, uma baixa concentração de dopamina e/ou noradrenalina em regiões sinápticas das conexões neuronais das vias dopaminérgicas e noradrenérgicas, levando a uma tríade sintomatológica clássica de falta de atenção sustentada e/ou hiperatividade e impulsividade, levando a uma série de alterações comportamentais e de relacionamento, com graves conseqüências caso não seja detectado e tratado precocemente entre os 6 e os 12 anos, pois o TDAH não tratado vai resultar em problemas na vida de relações das crianças e adultos (com pais, colegas, amigos, chefes, autoridades, etc.) comprometendo muitas vezes também o aprendizado.

OBS: TDAH não é simples transtorno como se apresentava inicialmente, mas sim, um grave problema de saúde, dos mais estudados hoje nos países desenvolvidos.

Quais são as complicações mais freqüentes do TDAH não tratado?

O TDAH não tratado serve de substrato para o desenvolvimento de várias comorbidades, que segundo trabalhos do Dr. Bierderman e colaboradores, ocorrem em 51% das crianças e 77% dos adultos com TDAH, dentre elas, podemos citar a ansiedade generalizada, depressão, síndrome de pânico, transtorno do comer compulsivamente, jogar compulsivamente, hiper-sexualidade (40% das meninas americanas vão para a gravidez precoce e 15% para as doenças sexualmente transmissíveis), transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno opositor desafiador (TOD), transtorno de conduta (TC) com pequenos furtos e mentiras, podendo evoluir para personalidade ante-social e dependência química, tendo ainda como conseqüência a evasão escolar precoce, delinqüência infanto-juvenil, relacionamentos amorosos conturbados, acidentes de trânsito onde são os motoristas os culpados, acidentes em esportes radicais etc.

"A TDAH não tratado vai resultar em problemas na vida de relações das crianças e adultos"

Como diagnosticar o TDAH?

O diagnóstico é eminentemente clínico, baseando-se em critérios operacionais clínicos, claros e bem definidos, proveniente de sistemas classificatórios confiáveis, executados por equipe multidisciplinar (médicos, psicólogos, pedagogos, fonoaudiólogos, psiquiatras, neurologistas etc.)

Quais são os tipos de TDAH?

Vamos encontrar 04 tipos de TDAH com ou sem comorbidades.

a) TDAH do tipo predominante desatento.

Sintomas: falta de atenção sustentada, distrabilidade.

Obs: Geralmente crianças dóceis, fáceis de se lidar, porém com dificuldade de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, pois sua falta de atenção sustentada não deixa que ela mostre seu potencial.

b) TDAH do tipo Hiperativo/Impulsivo.

Obs: Geralmente não apresentam dificuldade a nível de aprendizagem nos primeiros anos de vida escolar, podendo aparecer problemas de aprendizagem, com evolução do grau de dificuldade geralmente por volta da 5ª série ou mesmo, posteriormente. Desenvolvem um padrão de comportamento disfuncional tumultuando as aulas, são resistentes à frustração, imediatista e com dificuldade de seguir regras e instruções, por isso apresentam altas taxas de impopularidade e de rejeição pelos colegas.

c) TDAH do tipo combinado.

Sintomas: Falta de atenção sustentada, hiperatividade e impulsividade.

Obs: Apresenta maior prejuízo no funcionamento global. Quando comparado aos outros 2 tipos é o que apresenta também maior número de comorbidades.

d) Tipo inespecífico.

Quando não apresentam o número de sintomas suficientes para serem classificados em nenhum dos tipos acima, porém alguns dos sintomas estão presentes e prejudicando seu desempenho escolar, familiar e profissional, o critério passa a ser então mais dimensional do que quantitativo.

"Um padrão de comportamento disfuncional que tumultua as aulas é um tipo de sintoma do TDAH"

O TDAH desaparece na adolescência?
Não, o paciente não tratado em sua maioria absoluta leva para a adolescência e idade adulta o TDAH, sendo que no início da adolescência o quadro hiperativo desaparece e surge em seu lugar uma energia nervosa e uma inquietação cognitiva, permanecendo a impulsividade, e se não tratado leva o individuo a enfrentar uma série de dificuldades e o agravamento das comorbidades.

Qual a relação do TDAH com a dificuldade de aprendizagem?

O TDAH representa 80% de todas as causas de dificuldade no aprendizado. Contudo, outras patologias devem ser investigadas, tais como: debilidade mental, síndrome do X frágil, epilepsias, síndrome de Tourette e outras patologias neurológicas e sistêmicas.

"O TDAH representa 80% de todas as causas de dificuldade no aprendizado"

Qual o tipo de abordagem terapêutica mais eficaz para o tratamento do TDAH?

A abordagem terapêutica é feita de forma multidisciplinar, envolvendo tanto o diagnóstico quanto o tratamento onde, profissionais médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, psiquiatras, neurologistas, neuropediatras, pediatras etc., são envolvidos no processo, com técnicas específicas como a terapia cognitivo comportamental (TCC) aos cuidados dos Psicólogos e Psiquiatras, e o uso de medicações neuroestimulantes e medicamentos específicos no tratamento das comorbidades. As patologias neuropsicológicas com base biológica não respondem bem a outros tipos de terapias.

Qual a situação atual dos países desenvolvidos em relação ao tratamento da TDAH?

Todos sabemos, que nos países de 1° mundo, a educação e saúde são primordiais, o que justifica em parte ser um país de 1°mundo. Nos Estados Unidos, numa população alvo em torno de 25 milhões de pacientes, mais de 10 milhões encontra-se em tratamento. No Canadá, numa população alvo, de aproximadamente 13 milhões, 8 milhões encontram-se em tratamento.

Na Alemanha, numa população alvo, de 25 milhões de habitantes, aproximadamente 8 milhões encontram-se em tratamento, comparados ao Brasil, com uma população alvo em torno de 17 milhões, para 30 mil pacientes em tratamento, observamos que a nossa situação é grave, de perspectivas sombrias, se as autoridades de saúde publica e educacional não tomarem conhecimento e medidas efetivas para tratar os pacientes com TDAH.

"No Brasil de uma população alvo em torno de 17 milhões, 30 mil pacientes estão em tratamento"

Qual as maiores dificuldades para o tratamento do TDAH?

Falta de centros de referência com pessoal treinado, capacitado e habilitado para diagnóstico e tratamento e a educação no sistema de saúde pública e nas escolas. Outro entrave grave inerente aos países do 3° mundo e a ignorância de um modo geral, isto é, o desconhecimento das instituições e das pessoas em relação às conseqüências de um TDAH não tratado. Não podemos deixar de citar o preconceito, resultado da ignorância, como um dos fatores que entravam e dificultam o tratamento do paciente com TDAH.

É preciso educar, educar e educar para se chegar com maior facilidade a recuperação da saúde do paciente com TDAH.

Na finalização desse processo é fundamental que haja uma avaliação adequada e objetiva da gravidade dos sintomas e/ou qualidade de vida do paciente.

É importante que a família e a escola aprendam a lidar com esta criança, que responde muito melhor, ao reforço positivo do que a punição.

A criança com TDAH na escola, na família e na sociedade, está sempre "fora do contexto", é como se tentássemos encaixar um prego redondo num buraco quadrado.

Esta criança tem que ser envolvida, motivada, para que ela mostre todo o seu potencial, pois são crianças inteligentes, criativas e intuitivas, na realidade esta criança não tem déficit de atenção, ela tem sim, uma inconstância na atenção e são capazes de uma hiperconcentração quando houver motivação.

O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao suporte terapêutico, com diagnóstico técnico e a terapia cognitiva comportamental, onde a participação da escola, na figura do professor, da família como um todo e da equipe interdisciplinar que envolve um número de profissionais específicos para cada caso é que levarão ao sucesso do tratamento.

Devemos alertar que a interferência de pessoas que não conhecem o TDAH, mesmo sendo às vezes profissionais de áreas afins, funciona como um agravante no tratamento do TDAH, por retardar o tratamento e agravar as comorbidades.

Fonte:www.tdah.com.br



segunda-feira, 14 de junho de 2010

A conectividade gera sucesso!

Prof. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br

Qualquer produção significante só é possível mediante alguma conectividade. O que poderá produzir a melhor equipe de colaboradores se não estiverem conectados entre si? Que aprendizado poderá promover a melhor equipe de educadores se não estiver em conectividade com os educandos? Quão efêmeros serão os relacionamentos social, conjugal, educacional ou profissional se as pessoas não se dispuserem a conectar-se entre si?
A falta de conectividade pode gerar a esterilidade que sobra nas mais rotineiras produções, palavras e ações.
Conectividade é um estado de união entre duas ou mais pessoas formando uma rede interativa e sinérgica. A conectividade requer influência mútua, ação recíproca, às vezes em tempos distintos e às vezes simultâneos. Sem conectividade não há afinidade e sem afinidade não pode haver vínculos, e sem vínculos não pode haver comunicação eficaz que, por sua vez, causa a essencial comunhão produtiva. Sem conectividade entre as partes teoricamente comprometidas não haverá proveito em quase nada que se produza de fato, de verdade e de direito.
Tudo que acontece fora do habitual e, por alguma razão, parece fundir uma pessoa a um objeto ou a outra(s) pessoa(s) é conectividade. As experiências mais marcantes e duradouras são oriundas de relações conexas e bem engendradas: O educando que apreende a lição e se apaixona pela matéria lecionada; os enamorados que se alimentam da lembrança um do outro; o turista que para extasiado ante a deslumbrante paisagem; o leitor que se apega ao livro etc.
Conectividade gera o insight produzido no cenário analítico; gera a química da paixão à primeira vista; gera a identificação do fã com seu ídolo; gera o religare entre o homem e Deus; gera a compreensão do educando que elabora o ensinamento mediado pelo mestre que leciona; gera no vendedor de sucesso a satisfação da necessidade real de seu cliente; gera no leitor o fascínio pela história escrita; gera no líder a disposição de servir, mais do que ser servido.
O entusiasmo e o afeto sustentam a conectividade até certo ponto, depois é a conectividade que sustentará ambos.
Quanto menos conectividade mais sem graça e irrelevante serão os objetos e os indivíduos. Mais apáticas serão as relações pessoais, tal qual mais insignificante serão para si as pessoas conhecidas, quem dirá as estranhas. Quanto mais conectividade, mais fascinante será aquilo que se faz e muito mais vibrantes serão as relações, seja entre par educativo, entre sócios empresários, entre colegas de trabalho, entre consortes e até entre estranhos no primeiro contato.
Conectividade exige tempo de qualidade, apreço, empatia, simpatia, humildade, desprendimento e generosidade, tudo junto, traduzido no gesto de parar e pensar o outro como jóia de diamante na vitrine da vida. Exige ouvir o outro nas brechas de seu silêncio. Exige ler o outro em suas expressões não verbais. Quem tem esse preparo? Quem tem essa disposição? Quem quer ser o expectador do diamante ou o leitor do livro quando na verdade a maioria quer ser o diamante cobiçado ou livro apreciado? Um objeto não anseia outro objeto, pessoas sim! Por isso perdem frequentemente a conectividade.
A conectividade que nos falta é fruto de uma vida corrida, absurda e irracionalmente competitiva, mas também de uma cultura hipócrita, cujas crianças são educadas para se darem bem sempre, a despeito do que façam, desde que pareçam socialmente admiráveis e respeitáveis. Esmeram-se na arte da esquiva e dissimulação, mais do que na conectividade.
Conectividade gera completude e bom senso, enquanto a desconexão gera individualidade, no sentido mais pejorativo e egoísta da palavra. A pessoa conectada é mais assertiva em suas colocações e intervenções, enquanto a pessoa desconectada mal sabe a hora de falar ou de calar, cometendo toda sorte de ações desastradas e indiscrições. Isso vale para a sala de aula em colapso; para o improdutivo grupo de trabalho ou para o matrimônio em convulsão. é tudo falta de conectividade!
A desconexão entre pessoas é uma estratégia vigarista para fragilizar os grupos de influência. Essa estratégia interessa muito a quem precisa de pessoas fracas, indecisas, vulneráveis e suscetíveis ao sugestionamento.
As personalidades mais expressivas e mais bem sucedidas da história da humanidade mantinham elevada qualidade de conectividade com as pessoas à sua volta, com suas metas pessoais e com os interesses comuns mais sublimes. A conectividade é quem torna sublime aquilo que se é e que se faz em conjunto e fortalece as pessoas dos grupos de influência.
Quer ainda mais sucesso e prosperidade em sua vida espiritual, amorosa, acadêmica ou profissional? Então conecte-se! Invista ainda mais em conectividade com as pessoas à sua volta e envolva-se com seus interesses comuns mais nobres.

Com conectividade,

Prof. Chafic Jbeili

Consultor vivencial, Psicanalista, Psicopedagogo e Escritor.

CONSULTORIA - CURSOS - OFICINAS - PALESTRAS

Formação continuada e qualificação profissional

e-mail: chafic.jbeili@gmail.com

www.chafic.com.br
www.unicead.com.br

domingo, 6 de junho de 2010

Quando a escola é de vidro

Quando a escola é de vidro




Naquele tempo eu até que achava natural que as coisas fossem daquele jeito.

Eu nem desconfiava que existissem lugares muito diferentes...

Eu IA pra escola todos OS dias de manhã e quando chagava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro.
É, no vidro!

Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não!

O vidro dependia DA classe em que a gente estudava.



Se você estava no primeiro ano ganhava um vidro de um tamanho.

Se você fosse do segundo ano seu vidro era um pouquinho maior.

E assim, OS vidros iam crescendo á medida em que você IA passando de ano.

Se não passasse de ano era um horror.

Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado.

Coubesse ou não coubesse.

Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros.

E pra falar a verdade, ninguém cabia direito.



Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável.

Os muitos altos de repente se esticavam e as tampas dos vidros saltavam longe, ás vezes até batiam no professor.

Ele ficava louco DA vida e atarrachava a Tampa com força, que era pra não sair mais.

A gente não escutava direito o que OS professores diziam, OS professores não entendiam o que a gente falava...

As meninas ganhavam uns vidros menores que OS meninos.

Ninguém queria saber se elas estavam crescendo depressa, se não cabia nos vidros, se respiravam direito...



A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física.

Mas aí a gente já estava desesperado, de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros.

As meninas, coitadas, nem tiravam OS vidros no recreio. E na aula de educação física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a ficarem livres, não tinha jeito nenhum para Educação Física.

Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em Casa.

E alguns meninos também.

Estes eram OS mais tristes de todos.

Nunca sabiam inventar brincadeiras, não davam risada á toa, uma tristeza!



Se agente reclamava?

Alguns reclamavam.

E então OS grandes diziam que sempre tinha sido assim; IA ser assim o resto DA vida.

Uma professora, que eu tinha, dizia que ela sempre tinha usado vidro, até pra dormir, por isso que ela tinha boa postura.

Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer a vontade.

Então a professora respondeu que era mentira, que isso era conversa de comunistas. Ou até coisa pior...



Tinha menino que tinha até de sair DA escola porque não havia jeito de se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando saíam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão acostumados que até estranhavam sair dos vidros.

Mas uma vez, veio para minha escola um menino, que parece que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem pra não dizer que é pobre.

Aí não tinha vidro pra botar esse menino.

Então OS professores acharam que não fazia mal não, já que ele não pagava a escola mesmo...



Então o Firuli, ele se chamava Firuli, começou a assistir as aulas sem estar dentro do vidro.

O engraçado é que o Firuli desenhava melhor que qualquer um, o Firuli respondia perguntas mais depressa que OS outros, o Firuli era muito mais engraçado...

E OS professores não gostavam nada disso...

Afinal, o Firuli podia ser um mal exemplo pra nós...

E nós morríamos de inveja dele, que ficava no bem-bom, de perna esticada, quando queria ele espreguiçava, e até mesmo que gozava a cara DA gente que vivia preso.

Então um dia um menino DA minha classe falou que também não IA entrar no vidro.



Dona Demência ficou furiosa, deu um coque nele e ele acabou tendo que se meter no vidro, como qualquer um.

Mas no dia seguinte duas meninas resolveram que não iam entrar no vidro também:

- Se o Firuli pode por que é que nós não podemos?

Mas Dona Demência não era sopa.

Deu um coque em cada uma, e lá se foram elas, cada uma pro seu vidro...

Já no outro dia a coisa tinha engrossado.

Já tinha oito meninos que não queriam saber de entrar nos vidros.



Dona Demência perdeu a paciência e mandou chamar seu Hermenegildo que era o diretor lá DA escola.

Seu Hermenegildo chegou muito desconfiado:

- Aposto que essa rebelião foi fomentada pelo Firuli. É um perigo esse tipo de gente aqui na escola. Um perigo!

A gente não sabia o que é que queria dizer fomentada, mas entendeu muito bem que ele estava falando mal do Firuli.

E seu Hermenegildo não conversou mais. Começou a pegar as meninos um por um e enfiar á força dentro dos vidros.



Mas nós estávamos loucos para sair também, e pra cada um que ele conseguia enfiar dentro do vidro - já tinha dois fora.

E todo mundo começou a correr do seu Hermenegildo, que era pra ele não pegar a gente, e na correria começamos a derrubar os vidros.

E quebramos um vidro, depois quebramos outro e outro mais dona Demência já estava na janela gritando - SOCORRO! VÂNDALOS! BÀRBAROS!

(pra ela bárbaro era xingação).

Chamem o Bombeiro, o exército da Salvação, a Polícia Feminina...



Os professores das outras classes mandaram cada um, um aluno para ver o que estava acontecendo.

E quando os alunos voltaram e contaram a farra que estava na 6° série todo mundo ficou assanhado e começou a sair dos vidros.

Na pressa de sair começaram a esbarrar uns nos outros e os vidros começaram a cair e a quebrar.

Foi um custo botar ordem na escola e o diretor achou melhor mandar todo mundo pra casa, que era pra pensar num castigo bem grande, pro dia seguinte.

Então eles descobriram que a maior parte dos vidros estava quebrada e que ia ficar muito caro comprar aquela vidraria tudo de novo.



Então diante disso seu Hermenegildo pensou um pocadinho, e começou a contar pra todo mundo que em outros lugares tinha umas escolas que não usavam vidro nem nada, e que dava bem certo, as crianças gostavam muito mais.

E que de agora em diante ia ser assim: nada de vidro, cada um podia se esticar um bocadinho, não precisava ficar duro nem nada, e que a escola agora ia se chamar Escola Experimental.

Dona Demência, que apesar do nome não era louca nem nada, ainda disse timidamente:

- Mas seu Hermenegildo, Escola Experimental não é bem isso...


Seu Hermenegildo não se pertubou:

- Não tem importância. Agente começa experimentando isso. Depois a gente experimenta outras coisas...

E foi assim que na minha terra começaram a aparecer as Escolas Experimentais.

Depois aconteceram muitas coisas, que um dia eu ainda vou contar...

sábado, 5 de junho de 2010

Pegue uma cebola

Pegue uma cebola




Por Rubem Alves, para o Portal Aprendiz









Pegue uma cebola e corte no meio. Então olhe bem para ela com olhos de criança. Se você não sabe o que é o olhar de uma criança, leia o poeta Alberto Caeiro para aprender...



Uma paciente minha, dos tempos em que eu exercia a psicanálise, olhou com olhos de criança para uma cebola cortada ao meio e ficou tão espantada com o que viu que pensou que estava ficando louca.



Uma cebola cortada é mesmo um espanto. Pablo Neruda, olhando para uma cebola, escreveu: "Rosa de água com escamas de cristal...".



Agora, figure que uma cebola cortada é um modelo do mundo. Bem no centro, lá onde o primeiro anel é tão pequeno que não chegou a ser anel, ponha uma criança. Imagine que os anéis são os mundos que ela precisa conhecer para viver.



Mas não é possível comer o que está longe. Não é possível pular anéis. Só se pode comer o quarto anel depois que se comeu o primeiro, o segundo e o terceiro anéis.



A cebola cortada me sugeriu a forma como o primeiro currículo deveria ser organizado: como os anéis de uma cebola, na ordem certa. O que estaria contido no primeiro anel? A resposta é fácil: o primeiro anel que abraça a criança é a sua casa.



Não fui ousado ao ponto de sugerir a construção de uma casa de tijolo e cimento. Mas é a imaginação que faz o que não existe existir! Pensei que a casa onde uma criança mora, o primeiro anel da sua cebola, é um universo imenso, cheio de provocações ao conhecimento.



Primeiro, a casa como objeto matemático: ângulos, triângulos, linhas horizontais, verticais e paralelas, proporções e simetrias.



Depois, como objeto da física: a composição de forças no travamento do telhado, o prumo, o nível, as caixas de ferramentas, o martelo, o serrote, a pua, a física dos materiais, a madeira, o vidro, a cerâmica, o plástico, a eletricidade que esquenta e que esfria, a eletricidade que faz girar, que ilumina e produz música.



Esse laboratório de química chamado cozinha: o fogo, os alimentos, os temperos.



O mundo das coisas vivas: as baratas, as traças, os tatuzinhos, os piolhos, os pássaros, as aranhas, os cachorros, os gatos, os peixes, os pernilongos, os mosquitos da dengue, os caramujos.



O mundo das doenças e da saúde. Os primeiros-socorros. O lixo, as privadas... Ouse imaginar quantas toneladas de cocô por ano os humanos colocam na nossa Terra...



E, ao tomar o seu branco e puro leitinho, imagine quantas toneladas de bosta de vaca e quantos metros cúbicos de gases fétidos são lançados na atmosfera diariamente pelos bovinos inocentes.



O mundo da cultura: as revistas, os livros, a televisão, o jardim, os quadros.



Gostaria de conhecer a casa em que moro, mas não conheço. Aperto uma infinidade de botões que fazem as coisas acontecerem, mas não sei por que elas acontecem, e, quando não acontecem, fico perdido e tenho de chamar um técnico.



Pensei que as crianças gostariam da ideia assim como eu gostei. Aprendendo sobre a casa aprendemos sobre o mundo todo. Pois o mundo todo é a grande casa em que moramos, o último anel da cebola...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O que é mediação da aprendizagem?

Estou lendo  um livro chamado Mediação da  Aprendizagem que traz muitas contribuições  de Feuerstein e de Vygotsky, chego a conclusão que minhas  dúvidas e  questionamentos estão trilhando  caminhos  certos.
Buscar  entender a mediação na aprendizagem é compreender de  que  forma acontece a aprendizagem no ser humano.
Toda minha infância  foi mediada por minha mãe e por meu pai, que  procuravam despertar em mim a vontade de aprender a aprender, a busca de me fazer compreender que lendo,  eu seria de algum  modo  livre para  voar como um pássaro, e assim ser  autora da minha  própria história.
Depois de anos tentando  fazer com que minha equipe de professores compeendessem a importancia da mediação na aprendizagem,chego a conclusão que ainda  tenho um vasto caminho a percorrer e  eles  também. 
Ao professor não basta ensinar, ao professor compete mediar.
Vemos hoje um discurso  muito  usado em quase todas as escolas do  país: " O  aluno  precisa  aprender a aprender" na realidade isso  virou um jargão, que na maioria das vezes não acontece. Todo  professor precisa  ter em mente que  necessita mudar sua   forma de agir , mudar o estilo de suas  aulas, precisa alcançar este aluno  na integra, ou a  aprendizagem não irá  acontecer. Nos  cursos  de  graduação, pós-  graduação e etc vemos professores  nos  aconselhando a lecionarmos de  forma a  transmitir as informações aos nossos alunados de forma que os mesmos  consigam  perceber e entender o que queremos transmitir. Os professores de uma forma geral até  tentam mas  a grande maioria não sabe  como fazer isto acontecer. 
Nas Universidades , lemos  textos retirados de livros e não  livros inteiros, por este motivo,  apenas  refletimos o que diz  um capítulo,ou seja fazemos sinteses e discutimos o conteúdofracionado, não  nos dão espaço para  sermos autores de nossa prática, não nos deixam espaço para  produzir bons textos, e assim  formamos professores que  não  acham importante a criação, damos valores a cópias. Como  diria  Jung " nascemos original e morremos cópia". É bem  verdade que isso  acontece, portanto, precisamos de modelos  para  serem  seguidos, mas  que modelos  estamos seguindo?formando?  como exigir  do professor, mudanças? Então levantamos  uma questão: Qual a diferença entre ensinar  e mediar? ou seja qual a diferença entre ser professor e ser mediador? Um professor pode ser mediador? Como fazer deste aluno autor de sua história ou  que não seja apenas um  transmissor de conhecimentos , mas que seja  produtor de conhecimentos , que saiba desenvolver sua autonomia para  poder aprender a aprender.Formando-se assim  como que diz nossa LDB, cidadão  do mundo, crítico , reflexivo, justo e eficaz nas suas ações e consciente de seu papel no mundo e na sociedade.
Logo lendo e buscando sobre mediação pude compreender que mediar é uma espécie de interação especializada em que a "aprendizagem encontra a "autonomia para aprender" e juntas, possibilitam a  contrução de pessoas com capacidade de andar por si só na contrução do conhecimento." Compreedendo que mediar é  tão importante , me  retrato a minha infância  para  descrever um pouco  sobre  como a mediação  foi  importante na minha formação  não só  academica como  pessoal.
Minha mãe  de uma certa forma me vem hoje a lembrança como a primeira mediadora  que conheci e talvéz a  mais importante. Em toda minha  infância, lembro  dela lendo e me  fazendo depois  narrar  o que ela  havia lido  de forma que  eu pudesse não  decorar sua fala, mas  de alguma forma oportunizar a minha criação, ou seja  que  eu pudesse descrever de que forma compreendi o que ela  havia lido. O mais engraçado  disso é que ela não tinha instrução, não havia feito um curso  superior, nem pós graduação e nem tão puco mestrado ou doutorado em educação. Havia  sim,  todo um encantamento em sua  fala,  que até hoje a escuto  contando  com  tanta emoção  por exemplo,  a história de Cachinhos de ouro, e  eu  enquanto  ouvinte me deixava penetrar  por  esse mundo do faz de conta, e assim  ia  de uma certa forma  construindo meus saberes e no dialógo com  ela, sendo autora da minha  própria imaginação, reconstruindo tais experiências mentais e verbais,  formalizando assim o aprender a aprender hoje tão  divulgado.Nas trocas, nos dircursos, nas conversas  conseguimos de alguma  forma transmitir  nossa  aprendizagem, ou seja  com  dizia Vygotsky  é na interação que o homem se faz homem.
E buscando em Feuerstein  e estudando sua  proposta que tem por  base as experiências de aprendizagem mediada  e a avaliação de potencial de desenvolvimento, que  procuro  base  para meu questionamento  sobre  como podemos aprender a aprender? de que  forma  podemos mediar um aluno? Será que o mediador pode ser um facilitador da aprendizagem? e  de que forma  esse mediador poderá  atuar na escola?Eses  questinamnetos me fazem  buscar  em minha  prática , primeiro como  professora e depois como coordenadora que que forma podemos formar pessoas que compreendam  a importância de mediar.
A mediação vem também para romper com os paradigmas e conceitos, hoje precisamos abrir as portas para a diversidade educacional,revendo nossas atitudes em sala de aula, integrando várias áreas do saber, trabalhar as várias educações, para poder identificar potencialidades, para que todos posssam ser alcançados,contribuindo assim com a escola inclusiva que chega hoje para agregar aqules com com transtornos ou que apresentam dificuldades de aprendizagem ou de ensinagem, Estou lendo  um livro chamado Mediação da  Aprendizagem que traz muitas contribuições  de Feuerstein e de Vygotsky, chego a conclusão que minhas  dúvidas e  questionamentos estão trilhando  caminhos  certos.
Buscar  entender a mediação na aprendizagem é compreender de  que  forma acontece a aprendizagem no ser humano.
Toda minha infância  foi mediada por minha mãe e por meu pai, que  procuravam despertar em mim a vontade de aprender a aprender, a busca de me fazer compreender que lendo,  eu seria de algum  modo  livre para  voar como um pássaro, e assim ser  autora da minha  própria história.
Depois de anos tentando  fazer com que minha equipe de professores compeendessem a importancia da mediação na aprendizagem,chego a conclusão que ainda  tenho um vasto caminho a percorrer e  eles  também.
Ao professor não basta ensinar, ao professor compete mediar.
Vemos hoje um discurso  muito  usado em quase todas as escolas do  país: " O  aluno  precisa  aprender a aprender" na realidade isso  virou um jargão, que na maioria das vezes não acontece. Todo  professor precisa  ter em mente que  necessita mudar sua   forma de agir , mudar o estilo de suas  aulas, precisa alcançar este aluno  na integra, ou a  aprendizagem não irá  acontecer. Nos  cursos  de  graduação, pós-  graduação e etc vemos professores  nos  aconselhando a lecionarmos de  forma a  transmitir as informações aos nossos alunados de forma que os mesmos  consigam  perceber e entender o que queremos transmitir. Os professores de uma forma geral até  tentam mas  a grande maioria não sabe  como fazer isto acontecer.
Nas Universidades , lemos  textos retirados de livros e não  livros inteiros, por este motivo,  apenas  refletimos o que diz  um capítulo,ou seja fazemos sinteses e discutimos o conteúdofracionado, não  nos dão espaço para  sermos autores de nossa prática, não nos deixam espaço para  produzir bons textos, e assim  formamos professores que  não  acham importante a criação, damos valores a cópias. Como  diria  Jung " nascemos original e morremos cópia". É bem  verdade que isso  acontece, portanto, precisamos de modelos  para  serem  seguidos, mas  que modelos  estamos seguindo?formando?  como exigir  do professor, mudanças? Então levantamos  uma questão: Qual a diferença entre ensinar  e mediar? ou seja qual a diferença entre ser professor e ser mediador? Um professor pode ser mediador? Como fazer deste aluno autor de sua história ou  que não seja apenas um  transmissor de conhecimentos , mas que seja  produtor de conhecimentos , que saiba desenvolver sua autonomia para  poder aprender a aprender.Formando-se assim  como que diz nossa LDB, cidadão  do mundo, crítico , reflexivo, justo e eficaz nas suas ações e consciente de seu papel no mundo e na sociedade.
Logo lendo e buscando sobre mediação pude compreender que mediar é uma espécie de interação especializada em que a "aprendizagem encontra a "autonomia para aprender" e juntas, possibilitam a  contrução de pessoas com capacidade de andar por si só na contrução do conhecimento." Compreedendo que mediar é  tão importante , me  retrato a minha infância  para  descrever um pouco  sobre  como a mediação  foi  importante na minha formação  não só  academica como  pessoal.
Minha mãe  de uma certa forma me vem hoje a lembrança como a primeira mediadora  que conheci e talvéz a  mais importante. Em toda minha  infância, lembro  dela lendo e me  fazendo depois  narrar  o que ela  havia lido  de forma que  eu pudesse não  decorar sua fala, mas  de alguma forma oportunizar a minha criação, ou seja  que  eu pudesse descrever de que forma compreendi o que ela  havia lido. O mais engraçado  disso é que ela não tinha instrução, não havia feito um curso  superior, nem pós graduação e nem tão puco mestrado ou doutorado em educação. Havia  sim,  todo um encantamento em sua  fala,  que até hoje a escuto  contando  com  tanta emoção  por exemplo,  a história de Cachinhos de ouro, e  eu  enquanto  ouvinte me deixava penetrar  por  esse mundo do faz de conta, e assim  ia  de uma certa forma  construindo meus saberes e no dialógo com  ela, sendo autora da minha  própria imaginação, reconstruindo tais experiências mentais e verbais,  formalizando assim o aprender a aprender hoje tão  divulgado.Nas trocas, nos dircursos, nas conversas  conseguimos de alguma  forma transmitir  nossa  aprendizagem, ou seja  com  dizia Vygotsky  é na interação que o homem se faz homem.
E buscando em Feuerstein  e estudando sua  proposta que tem por  base as experiências de aprendizagem mediada  e a avaliação de potencial de desenvolvimento, que  procuro  base  para meu questionamento  sobre  como podemos aprender a aprender? de que  forma  podemos mediar um aluno? Será que o mediador pode ser um facilitador da aprendizagem? e  de que forma  esse mediador poderá  atuar na escola?Eses  questinamnetos me fazem  buscar  em minha  prática , primeiro como  professora e depois como coordenadora que que forma podemos formar pessoas que compreendam  a importância de mediar.
A mediação vem também para romper com os paradgimas e conceitos, hoje precisam abrir as portas para a diversidade educacional,revendo nossas atitudes em sala de aula, integrando várias áreas, trabalhar as várias educações, para poder identificar potencialidades para que todos posssam ser alcançados contribuindo assim com a escola inclusiva que chega hoje para agregar a todos deficientes ou não.

AO MESTRE COM CARINHO

Dificuldades na Aprendizagem

terça-feira, 11 de maio de 2010

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Para podermos tratar de dificuldades de aprendizagem, primeiro temos que falar dos esquemas evolutivos da aprendizagem, pois através dela, concebe-se a aprendizagem como uma construção intrapsíquica, com continuidade genética e diferenças evolutivas, resultantes da sua interação com o meio. assim entendemos que desde o nascimento até o contato como o grupo familiar a crianças recebem o resultado das interações do substrato biológico com a mãe, que na realidade será sempre o objeto por excelência e mediadora das características da cultura e das famílias históricas e atual, modelando assim a personalidade.

É por isso que hoje a aprendizagem vem ocupando um lugar de destaque, na realidade, merece que haja uma continudade da formação deste professor que vai atuar com essas crianças.E isso vem incomodando bastante as classes educacionais. Como atender essas crianças com dificuldades de aprendizagem e as que hoje foram trazidas pela inclusão. Se antes os professores já sentiam um frenezi com dificuldades de aprendizagens que dirá com transtornos de aprendizagem.

Assim o âmbito institucional, com suas muitas e grandes deficências, precisam ser revistas e encontrar uma nova perspectiva para a formação de professores que possam ser mediadores, atuando dentro do parâmetro educacional,mas que tenha o aporte necessário para atender a estas crianças tão especiais. Acredito que se houvesse uma formação a nível de especialização que podesse ser somada ao curso de pedagogia, seria de grande valia na construção desta nova escola.

Logo chegamos a conclusão de que a aprendizagem é uma função integrativa,onde relacionan-se a mente, o corpo e a psique para que assim o indivíduo possa se formar de uma forma particular e única.Cada um tem sua forma particular de aprender ou seja de processar as informações.Para poder entender bem o processo complexo da aprendizagem, ilustramos com o caso dos meninos lobo. Por circunstâncias diferentes eles cresceram as margens da sociedade moderna. Encontrados numa floresta, vivendo sozinhos, selvagens e afastados da civilização. Podemos acreditar que ambos estavam psicologicamente vivendo num submundo. Assim foram feitos vários testes e estudos com esses meninos. Através dos mesmos, foi constatado que a base cerebral permanecia intacta e normal. No entanto não haviam adquirirdo , a base do psiquismo humano. Esses meninos não haviam adquiridos uma série de funções humanas como andar ereto ou utilizar a linguagem oral. Porém, sabiam correr de quatro muito mais rapidamente que seus contemporâneos e podiam reconhecer pelo olfato o que realmente podiam comer , sem morrrer. Assim, na realidade haviam desenvolvido exclusivamenteos sentidos que foram mantidos durante seus primeiros anos de vida.Podemos perceber que apesar de terem a base morfológica cerebral perfeita, não tiveram a possibilidade de desenvolverem a organização e reorganização funcional em virtude da aprendizagem prática e llinguística que deveriam ter adquirido durante a vida.Também não tiveram um modelo (mãe) ou seja a mediadora dos saberes sociais. Por isso o desenvolvimento cognitivo não conseguiu se transformar. Alguns estudiosos afirmam que se uma pessoa não escuta até os dez anos de idade, por exemplo, é muito improvável que possa aprender a falar.Conseguimos então compreender que o funcionamento do cérebro depende das experiências que construimos durante nossa vida.
Para podermos tratar de dificuldades de aprendizagem, primeiro temos que falar dos esquemas evolutivos da aprendizagem, pois através dela, concebe-se a aprendizagem como uma construção intrapsíquica, com continuidade genética e diferenças evolutivas, resultantes da sua interação com o meio. assim entendemos que desde o nascimento até o contato como o grupo familiar a crianças recebem o resultado das interações do substrato biológico com a mãe, que na realidade será sempre o objeto por excelência e mediadora das características da cultura e das famílias históricas e atual, modelando assim a personalidade.

É por isso que hoje a aprendizagem vem ocupando um lugar de destaque, na realidade, merece que haja uma continudade da formação deste professor que vai atuar com essas crianças.E isso vem incomodando bastante as classes educacionais. Como atender essas crianças com dificuldades de aprendizagem e as que hoje foram trazidas pela inclusão. Se antes os professores já sentiam um frenezi com dificuldades de aprendizagens que dirá com transtornos de aprendizagem.

Assim o âmbito institucional, com suas muitas e grandes deficências, precisam ser revistas e a encontrar uma nova perspectiva para a formação de professores que possam ser mediadores, atuando dentro do parâmetro educacional,mas que tenha o aporte necessário para atender a estas crianças tão especiais. Acredito que se houvesse uma formação a nível de especialização que podesse ser somada ao curso de pedagogia, seria de grande valia na construção desta nova escola.

Logo chegamos a conclusão de que a aprendizagem é uma função integrativa,onde relacionan-se a mente, o corpo e a psique para que assim o indivíduo possa se formar de uma forma particular e única.Assim cada uma tem sua forma particular de aprender ou seja de processar as informações.Para poder entender bem o processo complexo da aprendizagem, ilustramos com o caso dos meninos lobo. Por circunstâncias diferentes eles cresceram as margens da sociedade moderna. Encontrados numa floresta, vivendo sozinhs, selvagens e afastados da civivlização. Podemos acreditr que ambos estavam psicologicamente vivendo num submundo. Assim foram feitos varios testes e estudos com esses meninos. Através dos mesmos foi constatado que a base cerebral permanecia intacta e normal. No entanto não haviam adquirirdo , a base do psiquismo humano. Esses meninos não haviam adquiridos uma série de funções humanas como andar ereto ou utilizar a linguagem oral. Porém, sabiam correr de quatro muito mais rapidamente que seus contemporâneos e podiam reconhecer pelo olfato o que relamente podiam comer , sem morrrer. Assim, na realidade haviam desenvolvido exclusivamenteos sentidos que foram mantidos durante seus primeiros anos de vida.Podemos perceber que apesar de terem a base morfológica cerebral perfeita, não tiveram a possibilidade de desenvolverem a organização e reorganização funcional em veirtude da aprendizagem prática e llinguística que deveriam ter adquirido durante a vida.Também não tiveram um modelo (mãe) ou seja a mediadores de saberes sociais. Por isso o desenvolvimento cognitivonão conseguiu se transformar. Alguns estudiossos afirmam que se uma pessoa não escuta até os dez anos de idade, por exemplo, é muito improvável que possa aprender a falar.Conseguimos então compreender que o funcionamento do cérebro depende das experiências que construimos durante nossa vida.
Para podermos tratar de dificuldades de aprendizagem, primeiro temos que falar dos esquemas evolutivos da aprendizagem, pois através dela, concebe-se a aprendizagem como uma construção intrapsíquica, com continuidade genética e diferenças evolutivas, resultantes da sua interação com o meio. assim entendemos que desde o nascimento até o contato como o grupo familiar a crianças recebem o resultado das interações do substrato biológico com a mãe, que na realidade será sempre o objeto por excelência e mediadora das características da cultura e das famílias históricas e atual, modelando assim a personalidade.

É por isso que hoje a aprendizagem vem ocupando um lugar de destaque, na realidade, merece que haja uma continudade da formação deste professor que vai atuar com essas crianças.E isso vem incomodando bastante as classes educacionais. Como atender essas crianças com dificuldades de aprendizagem e as que hoje foram trazidas pela inclusão. Se antes os professores já sentiam um frenezi com dificuldades de aprendizagens que dirá com transtornos de aprendizagem.

Assim o âmbito institucional, com suas muitas e grandes deficências, precisam ser revistas e a encontrar uma nova perspectiva para a formação de professores que possam ser mediadores, atuando dentro do parâmetro educacional,mas que tenha o aporte necessário para atender a estas crianças tão especiais. Acredito que se houvesse uma formação a nível de especialização que podesse ser somada ao curso de pedagogia, seria de grande valia na construção desta nova escola.

Logo chegamos a conclusão de que a aprendizagem é uma função integrativa,onde relacionan-se a mente, o corpo e a psique para que assim o indivíduo possa se formar de uma forma particular e única.Assim cada uma tem sua forma particular de aprender ou seja de processar as informações.Para poder entender bem o processo complexo da aprendizagem, ilustramos com o caso dos meninos lobo. Por circunstâncias diferentes eles cresceram as margens da sociedade moderna. Encontrados numa floresta, vivendo sozinhs, selvagens e afastados da civivlização. Podemos acreditr que ambos estavam psicologicamente vivendo num submundo. Assim foram feitos varios testes e estudos com esses meninos. Através dos mesmos foi constatado que a base cerebral permanecia intacta e normal. No entanto não haviam adquirirdo , a base do psiquismo humano. Esses meninos não haviam adquiridos uma série de funções humanas como andar ereto ou utilizar a linguagem oral. Porém, sabiam correr de quatro muito mais rapidamente que seus contemporâneos e podiam reconhecer pelo olfato o que relamente podiam comer , sem morrrer. Assim, na realidade haviam desenvolvido exclusivamenteos sentidos que foram mantidos durante seus primeiros anos de vida.Podemos perceber que apesar de terem a base morfológica cerebral perfeita, não tiveram a possibilidade de desenvolverem a organização e reorganização funcional em veirtude da aprendizagem prática e llinguística que deveriam ter adquirido durante a vida.Também não tiveram um modelo (mãe) ou seja a mediadores de saberes sociais. Por isso o desenvolvimento cognitivonão conseguiu se transformar. Alguns estudiossos afirmam que se uma pessoa não escuta até os dez anos de idade, por exemplo, é muito improvável que possa aprender a falar.Conseguimos então compreender que o funcionamento do cérebro depende das experiências que construimos durante nossa vida.
O homem quando nasce já encontra um mundo organizado, normas sociais e uma história. A vivência com o grupo favorece o desenvolvimento de algumas manifestações simbólicas como a linguagem e o pensamento, por meio desta integração o indivíduo constroi sua aprendizagem.
As dificuldades de aprendizagem podem surgir por alguns problemas cognitivos ou por ensinagem. Hoje é fácil diagnosticar as crianças como hiperativas, disléxicas, etc. Porém na realidade nós professores precisamos treinar nosso olhar para podermos ver o outro como o outro é.
A aprendizagem vem ocupando o lugar que, na realidade, merece a preparação de professores, educadores, psicólogos e de todos os profissionais cuja atuação se relaciona com modificações a serem operadas na personalidade humana, o que inicia com o , ou até antes, do nascimento, vai desde a criança, que se encontra na fase de aquisição de linguagem, passando à adolescência com a dificuldadade de ajustamento até ao adulto na distribuição do seu salário para despesas domésticas ou o pai na administração de carinho aos seus filhos, e se prolonga até a morte(CAMPOS,1996).
Ou seja a aprendizagem assim como a espiral do desenvolvimento perpassa toda a nossa existência.
A aprendizagem deve ter como objetivo a construção do conhecimento(ser cognocente)e assim construir a autonomia desse sujeito.

CAUSA E EFEITO

Causa e Efeito :

Se a sua vida está estagnada, é preciso prestar mais atenção no que você faz por ela. A gente nunca ouve uma pessoa dizer: “Eu me levanto cedo, faço ginástica, estudo, cultivo minhas relações, esforço-me ao máximo no trabalho – e nada de bom acontece em minha vida”.
A vida é um sistema de energia. Se nada de bom acontece, a culpa é sua. Assim que perceber que seu investimento molda as suas circunstâncias, você deixa de ser uma vítima... As regras de causa e efeito regem a vida de todo mundo.
Nós recebemos na vida aquilo que pedimos. Bruce seduz as mulheres com brilhantes e perfumes; quando elas o abandonam, reclama que foi usado por causa do dinheiro... Wendy provoca comoção com seus decotes exagerados; ao mesmo tempo, queixa-se de que os homens a querem unicamente por causa do seu corpo...
Aí eu pergunto – onde está o mistério? São as regras de causa e efeito. Se formos sinceros conosco mesmos, podemos listar quase tudo que nos aconteceu, e verificar o quanto colaboramos para que tenha sido assim.

Não se preocupe com o que as leis do universo possam ter proporcionado ao seu vizinho. Observe apenas como a lei de causa e efeito opera em sua vida – nos relacionamentos, no sucesso, nas decepções. Descubra isso e você terá paz interior.


(texto de Andrew Matthews no livro "Siga seu coração")

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Fundamentos da Psicopedagoia

Nossa psicopedagogia surgiu a partir de estudos do professor Jorge Visca (Argentino), que propôs estudos baseados no que chamou de epistemologia convergente, resultado da assimilação reciproca de conheciemntos fundamentados no construtivismo, estruturalismo construtivista e no interacionalismo. É considerado o pai da psicopedagogia e foi ele que em 1979 introduziu no Rio de Janeiro a primeira geração de psicopedagogos, fundando a Associação de Psicopedagogia de São Paulo e a Associação de Psicopedagogia do Brasil. Faleceu em 2000, mas deixou sua marca inconfundível.
Através de seus estudos podemos dizer que para compreender o sujeito que aprende devemos preparar nosso olhar para além do produto ou seja, o sujeto, e perceber como se dá a aprendizagem, o interesse pela mesma, valorizando as dificuldades de caráter cognitivo para asssim poder compreender como acontece o processo de aprender.
"Eu acho que a aprendizagem, para uma pessoa, abre caminho da vida, do mundo, das possibilidades até de ser feliz.." ( VISCA,1991)

A INCLUSÃO ESCOLAR E A NOVA REALIDADE EDUCACIONAL

A INCLUSÃO ESCOLAR E A NOSSA REALIDADE EDUCACIONAL

“O papel verdadeiro da escola é ensinar a voar, não cortar as asas”. (Dimenstein)

“A Comportamentalização do nosso olhar sobre o problema da aprendizagem, dividido entre saúde e educação, inúmeras vezes apresenta um desserviço do entendimento e tratamento do indivíduo em questão”.(Pires, Luciana 1998).
Ao iniciar nosso pensamento sobre A inclusão escolar, lembramo-nos deste pequeno parágrafo, pois, à partir do movimento pela inclusão no Brasil, surgido de diversas influências, percebeu-se uma generalização e modismo no uso do termo inclusão, que muito nos preocupou.
“O movimento pela inclusão no Brasil cresceu e passou a centralizar a atenção de educadores e outros profissionais, ligados ou não à pessoa com deficiência, em concordância no ideal de que inclusão refletia oposição à exclusão.
Na prática, no cotidiano das escolas, contudo essa política educacional apresentou outras facetas. Nela as diretoras procurando atender à orientação de não excluir nenhum aluno do convívio com crianças normais passaram a receber, de forma indiscriminada, crianças com deficiências. Assim, ampliou-se o quadro dessa nova clientela de alunos, sem que se tivesse chegado a um consenso sobre as implicações pedagógicas decorrentes e às medidas a serem adotadas. Os pais, talvez incentivados pelo movimento da inclusão passaram a procurar as escolas na expectativa de aí encontrar as condições apropriadas para o desenvolvimento de seus filhos. A escola passou, nesse sentido, a desempenhar um papel ambíguo frente à diversidade: de um lado, abriu as portas aos alunos excepcionais; de outro não se preparou e não passou a oferecer as condições necessárias para a educação dos alunos com necessidades educacionais especiais. Assim, permaneceu desempenhando programações estabelecidas, de cunho intelectualista cujas ações tornaram-se excludentes, devido entre outras coisas, à falta de formação de professores: o professor regular não aprendeu a lidar com o aluno diferente e o professor especializado não aprendeu a lidar com professor do ensino regular”. (Masine, E.F.S.2001).
É necessário capacitar o professor e aceitar sua
(in)disponibilidade para o trato com a diversidade.
-Dependendo da maneira como a inclusão é vista e ou realizada ela é exclusiva.
Quando pensamos em inclusão, não podemos nos esquecer de relacionar a inclusão dentro de nossa realidade escolar que se caracteriza por uma estrutura montada para alunos comuns para desenvolver suas habilidades. É um sistema de ensino organizado por um currículo onde os conteúdos possuem uma seqüência e complexidade segundo o desenvolvimento cognitivo e faixa etária destes alunos.
Quando um aluno diferente deste padrão é incluído, é com este sistema que se depara, cuja estrutura é pouco flexível, não oferecendo muita abertura para uma programação segundo as necessidades e ritmos específicos. E, como toda estrutura, seus componentes estão organizados dentro de uma rigidez, sendo que qualquer alteração mobiliza todos os componentes, gerando, assim, um desequilíbrio. Perante este desequilíbrio, há uma reorganização, voltando à ordem inicial.
Os sujeitos que trabalham nesta estrutura, se organizaram, a princípio, para perpetuá-la, trabalhando para sua manutenção, e precisando dela para sentirem-se competentes. O que ensinar, como ensinar, como avaliar e quais objetivos a serem atingidos, estão previamente estabelecidos e assegurados pelo sistema. Com esta organização, não há grandes conflitos decorrentes das possíveis incoerências entre o que se pensa e o que se faz. Haja visto que a função de um orientador/coordenador, nesta estrutura, é trabalhar estes conflitos e resolvê-los de alguma forma para que o sistema possa continuar se sustentando. Quem não trabalha nesta direção pode ser excluído ou precisa readaptar-se.
Enfim, por que estamos falando de estrutura? Porque um aluno quando é incluído, está entrando em um sistema escolar com um funcionamento estrutural definido e com uma dinâmica própria.
A entrada de um aluno que se diferencia quanto aos seus comportamentos, estruturas emocionais e cognitivas, algo novo do esperado poderá propiciar um desequilíbrio neste sistema e, conseqüentemente, nos sujeitos que viabilizam a aprendizagem.
Não podemos pensar a inclusão, portanto, sem pensarmos na questão estrutural que, involuntariamente, acolhe e expulsa este aluno incluído. Esta é uma verdadeira contradição ou demonstração pura do funcionamento de qualquer estrutura? O paradoxo de lutarmos por “uma escola para todos” esconde a não permissão para que efetivamente este aluno sinta-se à vontade, seguro, protegido. A estrutura o marginaliza e pode até se sentir excluído.
O nosso sistema de ensino, padronizado, permite um trabalho personalizado com um olhar na diferença? Paulo Freire, mostrou a necessidade de adaptar a linguagem da sala de aula à linguagem do aluno.
A nossa realidade escolar “dá voz” para a diversidade? Alguns poderiam afirmar, categoricamente, que sim. E uma grande parte afirmaria o contrário. Estamos preparados para atender àquele que é diferente? Aquele que apresenta dificuldades comportamentais, emocionais e cognitivas? Temos uma estrutura escolar preparada para tal nível de atendimento?
O conceito de educação inclusiva, como tem sido posto/imposto frente ao sistema educacional brasileiro, se apresenta através da justificativa de valores que contemplam a solidariedade, direitos iguais, contudo, não é suficiente para uma implantação da inclusão.
Ture Jönson em seu livro Educação Inclusiva define “sociedade para todos” como “uma sociedade que se empenha para acolher as diferenças de todos os seus membros”. Isto significa que temos que focalizar nossos esforços não mais em adaptar as pessoas à sociedade e sim em adaptar a sociedade às pessoas.
“O principio fundamental da inclusão é a valorização da diversidade. Cada pessoa tem uma contribuição a dar”. (Dens – 1998)

Inclusão x exclusão


Integração x segregação


O projeto de Educação Inclusiva vem arrebanhando seguidores dentro e fora das salas de aula. Mas, na prática, o que se verifica é a dificuldade dos alunos incluírem-se na escola padrão, em virtude do preconceito daqueles que defendem uma idéia sem uma avaliação das possibilidades institucionais, sem um estudo sistemático sobre a questão da dificuldade, sem a verificação das possibilidades e impossibilidades perante os impasses da educação inclusiva.
Pois, não haverá inclusão sem integração.
E, a integração só acontece quando cuidamos de pensar cada projeto educacional, a partir da avaliação das competências de cada um e à partir de uma reestrutura do projeto de cada escola, pensando na adequação psicopedagógica às necessidade do seu público alvo.
A “Educação Inclusiva” pode vir a se tornar uma excelente alternativa de ensino, desde que se façam ajustes, visando a inclusão de alunos com bloqueios e dificuldades na aprendizagem. Contudo, é necessário garantir, primeiramente, o resgate deste aluno na sua auto-estima como aprendente.
Não havendo este resgate cairíamos em uma “competição injusta” – principal razão para o surgimento de rótulos aos que não se enquadram nos padrões tradicionais de ensino. Nesses casos, em função da diferença, o aluno com dificuldade poderá mobilizar no outro/os uma “competição injusta”, pois não será apenas o João ou a Maria, mas o “lerdo da classe”, o “pestinha” e “aquele que tem problemas” com outros tantos rótulos.
Os rótulos sejam positivos ou negativos, sempre existiram na história da humanidade e, como tal sempre acaba influenciando na formação da personalidade escolar de qualquer aluno. Imagine um aluno com uma questão cognitiva, comportamental e/ou emocional convivendo com alunos sem estas questões? Qualquer diferença, mínima que seja, física, comportamental, emocional ou de aprendizagem, acaba gerando reações no outro como “pena” e até de “rejeição”. O processo de inclusão quando não trabalhado poderá promover um processo de exclusão daqueles que “funcionam diferente”.
Muitas dificuldades de aprendizagem temporárias e contornáveis são transformadas em perversos rótulos.
Necessitamos pensar de que inclusão estamos falando! Pois existe aquela em que o sujeito e o grupo não estão mutuamente preparados para a integração no trabalho e aquela onde estão mutuamente prontos. O verdadeiro trabalho deveria ser proposto como o “trabalho com a diversidade em sala de aula”.
Aí, sim, estaríamos falando de um fio condutor integrativo.
“Por aluno com necessidades especiais entendemos desde o aluno problema na sala de aula – impertinente, desobediente, que se nega a dedicar-se à tarefa escolar – até alunos portadores de síndromes ou com comprometimento orgânico ou neurológico que podem afetar áreas como sua percepção sensorial, sua capacidade de pensar, sua capacidade de relacionar-se com outros e com o ensino – os portadores de síndrome de Down os alunos com autismo, os alunos com deficiência física e tantos outros”.(Pires,Luciana-1999).
Acreditamos que o trabalho com a “diversidade em sala de aula” deve ser estabelecido a partir de um sociograma e estar preocupado em implantar classes que tenham alunos mantendo entre si um fio condutor de interesses e competências, possível de ser manejado pelos profissionais escolares.
Esta possibilidade afastaria a tendência de exclusão pelos professores de boa parte das escolas, onde a inclusão acontece até determinado ponto, afastando o aluno para complementação individual dentro e fora da própria escola ou com toda sorte de trabalhos específicos.
Não podemos nos esquecer de que dos 36 milhões de alunos de 7 a 14 anos no Ensino Fundamental, só 6 milhões chegaram ao ensino médio e, ainda assim, desses 6 milhões será uma minoria que terá chegado ao ensino médio com condições acadêmicas e/ou profissionalizantes.
De que inclusão e de que exclusão estamos falando?
Gostaria de lembrá-los que a Conferência Internacional realizada em Salamanca-1994, sobre “Educação para todos”, surge da luta européia de posição à exclusão da pessoa deficiente mental do convívio social.
Portanto, conclusão preciosa, mas necessitando ser vista de um prisma adequado, pois inserção social e/ou educacional é absolutamente diferente de inclusão escolar. Por inclusão escolar entendemos o aluno ser integrado e membro ativo de uma sala de aula. Por isso é necessário um olhar abrangente nas questões das competências, das aprendizagens e estruturas da escola.
É necessário um cuidado especial para que as diferenças existentes não sejam tomadas como barreira para a fluência do ensino.
“O escritório de Economia da Saúde do Reino Unido (Office of Health Economics, 1973) descreve a habilidade mental como produto de 3 fatores: 1) constituição genética hereditária; 2) modificações ou danos causados por doenças ou traumas pré ou pós-natais; 3) treinamento e condicionamento do intelecto. A educação se enquadra neste último fator, proporcionando treinamento e condicionamento do intelecto”.(Pires, Luciana-2001).
Necessitamos nos lembrar de que há uma pirâmide na aprendizagem e na aquisição do conhecimento onde o conhecimento prévio como pré requisito de aprendizagem é fundamental. Então a pirâmide da flexibilidade da inclusão escolar vai se estreitando e é necessário cuidar acentuadamente das estruturas escolares possibilitadoras da inclusão escolar.
Uma prática que consideramos muito importante neste tipo de trabalho de inserção é a elaboração de planos pedagógicos/ educacionais individuais para os alunos com necessidades especiais. Planos estes que estabeleçam claramente metas pedagógicas a curto, médio e longo prazo, e estratégias para atingi-las. Na elaboração destes planos é importante levar em conta as atividades às quais o aluno responde positivamente, ou seja, as atividades potencialmente produtivas para aquele aluno, pois elas servirão como ponto de partida. É importante também listar aquelas atividades das quais o aluno parece não gostar, ou parece não entender o princípio. O plano individual se alimenta de muita observação. É a partir da observação que seremos capazes de detectar quais as dificuldades que a criança/adulto apresenta que parecem passíveis de superação. É muito sofrido deparar-se com estragos e limitações e não ser capaz de repará-los, não ser capaz de endireitá-los. O estabelecimento de metas para um trabalho com aluno com necessidades especiais é um exercício de humildade e exige que o educador sofra a constatação de sua própria impotência e da escola onde trabalha.
“As necessidades dessas crianças são as mais diversas, assim como suas dificuldades. Esses planos educacionais ajudam a estabelecer as metas individuais àqueles alunos, metas essas que vão se acrescer às metas pedagógicas gerais do grupo.”(Pires,Luciana-2001) ( nosso grifo).
Antes de continuar a abordar a questão da inclusão propriamente dita, gostaríamos de olhar para este sujeito que necessita de cuidados diferenciados (usamos o termo diferenciado por se mais abrangente, uma vez que o termo “necessidades especiais” pode levar a crer que estamos falando somente do sujeito com certa deficiência).
Que sujeito é este? Poderíamos imaginar o mesmo sujeito? Qual visão de cada um de nós quanto às suas dificuldades e necessidades?
Um sujeito diferente, diferenciado, ou deficiente?
Portanto, o grau de dificuldade e demanda de trabalho, varia muito de sujeito para sujeito.
Portanto, que sujeito é este, quando pensamos em inclusão?

 Aquele com dificuldade de interação; de estabelecer uma relação de troca; de transitar pela diferença; aquele que sente ameaçador estar dentro de um grupo;
 Aquele com dificuldade de articular o “eu” e o “outro”;
 Aquele sem autonomia de aprendizagem;
 Aquele mais fragilizado que se sente ameaçado quando se expõe na relação de aprendizagem;
 Aquele que apresenta uma discrepância entre o corpo, organismo, pensamento e emoção;
 Aquele que não consegue lidar com o escondido;
 Aquele que tem uma auto imagem rebaixada.

Que sujeito é este?

 Aquele que causa estranhamento àqueles que se aproximam;
 Aquele que causa imobilidade e impotência ao outro;
 Aquela que desorganiza uma estrutura por estar desestruturado;
 Aquela que assusta o outro pela sua singularidade.

O que necessita este sujeito?

 De um olhar integral e não somente voltado para sua dificuldade;
 De uma relação que vá além da objetividade pedagógica;
 De um “ego auxiliar” para poder constituir-se;
 De ser visto segundo suas possibilidades e não impossibilidades.


Enfim,
Um sujeito que precisa de uma escola estruturada para recebê-lo;
Um sujeito que precisa de uma equipe estruturada para ajudá-lo a se desenvolver não somente nas questões cognitivas, mas, também, sócio-afetivas;
Um sujeito que precisa que o professor deseje tê-lo como aluno e não o rotule por suas dificuldades que o faça sentir-se seguro e assegurado;
Um sujeito que precisa ter a garantia de um compromisso com os encaminhamentos das suas necessidades.
E como atuar?
a) Enfrentando as dificuldades:
- pensando
- agindo
- sentindo
b) Respeitando os ritmos próprios e do outro;
c) Identificando tentativas/acertos...tentativas/não acertos e caminhar.

Trabalhar com a Inclusão requer:

1) Ter a limitação como companheira e a frustração e impotência que isso suscita no profissional;
2) Ter a consciência desvantajosa entre você e o aluno e a culpa que isso pode muitas vezes provocar;
3) Maturidade do profissional em busca de um trabalho efetivo, de uma vivência para a construção do conhecimento;
4) Capacidade de desenvolver recursos próprios para lidar com a frustração de estar limitado quantos às possibilidades;
5) Conhecer o aluno para educá-lo;
6) Conhecer como aprende para ensiná-lo;
7) Saber quais aprendizagens estão construidas neste sujeito;
8) Saber quais marcas estão definindo suas escolhas;
9) Estar disposto a vincular-se ao sujeito;
10) Ter possibilidade para o vínculo afetivo;
11) Ter disponibilidade para aceitação do outro em sua maneira de ser.

Contudo,

Conhecer o sujeito não basta, é preciso orientar a ação é preciso refletir a cada ação.

A) Trabalhar com inclusão requer mudanças de paradigmas:
- Em nosso fazer, está marcado nosso entendimento do ser humano quanto ao seu desenvolvimento psico-social;
- Em nosso fazer há uma identificação subjetiva com este sujeito.

B) Trabalhar com inclusão requer reflexão sobre a
prática:
- Como esta prática foi se constituindo?
- O que havia de objetivo demandando essa prática?
- A que se propõe?
- Quem são os sujeitos que dão corpo a esse fazer?
- Por que tive esta opção e não outra?

C) Trabalhar com a inclusão é postura ética:
- Compromisso com a aprendizagem;
- Compromisso com a formação;
- Compromisso técnico-humano-científico;
- Compromisso com a qualidade na aprendizagem...

Enfim,

- Formação permanente;
- Escuta de todos os setores:
a) clínico
b) institucional
c) familiar
d) diálogo com toda comunidade.


O resultado desta reflexão nos tem mostrado que um
sujeito com necessidades diferenciadas requer, antes de entrar numa escola inclusiva, que haja uma estrutura diferenciada, pronta para recebê-lo, podendo, assim, garantir seu acolhimento.
“O ser humano continua demandando uma referência, com a qual ele será inserido na cultura como sujeito”. (Passos, M.C. – 2001).
À partir desta visão é que acreditamos na necessidade de organizar as classes de tal forma que a troca entre os sujeitos seja respeitada.
Maldavsky (1991) “... o determinante de um vínculo de casal ou de família não é apenas um conjunto de desejos, mas antes seu processamento psíquico mediante as defesas, que constituem um entremeado intrapsíquico e interindividual, em um conjunto de transações de onde derivam as distintas manifestações mais ou menos estáveis, mais ou menos obtidas”.
São máximas que não são esquecidas. “Acreditamos que todo discurso radical de inclusão contém uma exclusão embutida, à medida em que argumenta que as crianças com necessidades especiais são maus modelos para elas mesmas...”

-Acreditamos na troca das competências, das possibilidades e na socialização;
-A aprendizagem é de cada um e a formação passa pelo grupo.


O Colégio Graphein possui experiência no atendimento
de alunos com dificuldades de aprendizagem que se sentem “excluídos”, por não conseguirem se manter em escolas convencionais; dificuldades atribuídas, geralmente, a problemas cognitivos, emocionais e comportamentais. Ao longo de sua atuação, o Graphein contabiliza inúmeros casos de sucesso na requalificação de alunos para o sistema tradicional de ensino. Todos eles se reintegraram em escolas de renome da capital paulista, em universidades e no mercado de trabalho. Esta inclusão só ocorreu porque houve um resgate, principalmente na auto-estima, e não apenas no conteúdo do aluno. A proposta do Colégio Graphein é preparar o aluno para a inclusão, preparando o aluno para o desafio em igualdades de condições.
Será que a escola padrão esta preparada para orientar professores, pais e alunos em questões como aceitação, igualdade, entendimento e auto-estima?
Como é que um aluno com esse perfil poderá ser integrado se, de cara, já é tratado como diferente dos demais?
O Colégio Graphein possui um ensino diferenciado para alunos com dificuldades de aprendizagem. É uma instituição que tem por função atender alunos que apresentam algum nível de fragilidade seja constitucional ou adquirida.
A nossa abordagem e a forma específica de ver o aluno, não somente na dificuldade, mas em sua totalidade, que nos diferencia da escola padrão que faz a inclusão.
Todos nossos alunos são oriundos de diferentes escolas, encaminhados, por suas dificuldades emocionais, comportamentais e cognitivas, até pelas escolas que têm a inclusão.
Os perfis mais comuns se caracterizam por distração, dispersão ou déficit de atenção, hiperatividade, dislexia, hipoatividade entre outros, que comprometem o desempenho escolar.
Com uma grade curricular igual à dos colégios comuns, o Graphein se diferencia por apresentar um programa pedagógico para cada um dos seus alunos, sempre respeitando o ritmo, interesse e características, enfim, áreas cognitivas mais ou menos desenvolvidas de cada um.
Trabalhando com as competências, com as diferentes inteligências, com as possibilidades e os interesses, de cada um, se configura com classes multiseriadas onde o fio formador da classe é um sociograma.
Para poder trabalhar,dentro dos interesses de cada um, existe o projeto grupal articulado ao projeto individual.
Portanto, a aprendizagem é individual a partir do conhecimento prévio e a formação acontece no trânsito grupal nas inter-relações.
A especificidade da aprendizagem é dentro do planejamento pedagógico individual e quinzenal e a avaliação contínua articulada ao projeto pedagógico Individual.
Nesta visão institucional, o Colégio Graphein possui uma função preventiva da futura exclusão.
Ser preventivo é ser inclusivo.
A inclusão pode trabalhar na prevenção ou somente com o sintoma instaurado.
Ao longo de nossa trajetória percebemos que muitas dificuldades de aprendizagem e adequação escolar podem ser minimizadas, quando são atendidas em suas necessidades cognitivas e afetivas – sem descuidar da sua interação social.
Percebemos também, que é importante trabalhar a auto imagem do sujeito com ele mesmo. Vamos nos permitir uma heresia “é necessário desenvolver no sujeito uma inclusão a partir dele para ele”...Isto só é possível, quando existe o planejamento pedagógico individual, onde o aluno só pode se comparar com suas próprias metas. Depois, sim, a convivência com outros alunos que também apresentam dificuldade (menores ou maiores) é um aspecto importante na construção da auto estima destes alunos.
Nestes casos, o nível de frustração que poderá ocorrer em função da comparação é pequeno porque a diferença não é gritante – sempre nos comparamos aos outros, é uma característica do ser humano, agora, se coloquem no lugar de alguém que sempre diferenciou do padrão.
Saber que sei mais que o outro,(em algum aspecto) apesar da minha dificuldade, é fundamental e dificilmente isto ocorrerá ao lado de alunos extremamente capacitados – principalmente quando eu estou fragilizado.
Para fortalecer retomamos o processo truncado que o impede de avançar no caminho da aprendizagem.
Em nossa realidade escolar não há uma metodologia única. Isto ocorre em função da diversidade quanto às formas de aprendizagem.
Reconhecemos os diferentes níveis de aprendizagem que o aluno apresenta nas diferentes áreas, o Graphein organiza seu currículo visando atendê-los de forma mais adequada às suas necessidades.
Nosso movimento busca o aluno, nos adequamos a ele e não esperamos que se adapte a uma estrutura que o expulse e corresponda a uma programação fechada, pré-estabelecida e distante de sua realidade. Fazemos isto com todos, nos adaptamos àquele que não tem condições instrumentais de se adaptar a nós.
Não trabalhamos a partir de um diagnóstico. Trabalhamos enfocando cada caso, cada história, apostando em suas possibilidades e perspectivas. Percebemos o quanto um preconceito cultural contribui para o imobilismo, para a impotência, o trabalho escolar necessita ser realizado ponto a ponto.
O resultado desta reflexão nos tem mostrado que um sujeito com necessidades diferenciadas requer, antes de entrar numa escola inclusiva, que haja uma estrutura diferenciada, pronta para recebê-lo, podendo assim, garantir seu acolhimento e desenvolvimento.
Para nós, que temos uma longa trajetória no atendimento de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, a realidade nos tem demonstrado que, antes do aluno ser incluído numa sala estruturada para alunos padrão, o sujeito precisa estar bem constituído, que possa discriminar a realidade exterior e a conseqüente descoberta do EU POSSO, para garantir uma significativa descoberta do EU APRENDO.
Afirmamos, categoricamente, que é necessário que estes sujeitos estejam bem amparados e constituídos para poder, sem dúvida nenhuma, fazer parte de um processo de inclusão e responder às demandas de um grupo.
A realidade escolar brasileira é dificultadadora de qualquer ensino inclusivo! Por que? Porque ela propõe um ensino linear e ao mesmo tempo verticalizado descendente...É compatível com um processo de inclusão? Não, pois se mostra um processo exclusivo, per si...
O verdadeiro processo de inclusão preconiza uma verdadeira relação ensino-aprendizagem, uma relação circular e não linear, onde o sujeito ora é o chamado aprendente ora é o chamado ensinante. Um processo de aprendizagem onde o sócio construtivismo e o estruturalismo se complementem, atendendo às diferentes necessidades.


“ A atribuição artificial da Auto-estima leva à Mediocridade”.
Yves de La Taille



Colaboração da Equipe do Colégio Graphein – São Paulo

Palestra realizada por Nivea Maria de Carvalho Fabrício no VIII Encontro de Psicopedagogia da ABPp – Curitiba – maio de 2001.
Pires, Luciana (2000) – The inevitability of comunication: questions raised by the work with pre-verbal autistic and mentally delayed patients.
----------,Luciana(1999) – Pralestra: O trabalho inclusivo em pré-escolas.
Maldavsky, D. Processos y Estructuras Vinculares, Buenos Aires, Ediciones Nueva Vision,1991
Luckesi, C. C (1990) Verificação ou Avaliação: o que pratica a Escola? FDE
Fonseca, V. (1995) Introdução às dificuldades de aprendizagem Porto Alegre – Artes Médicas
Depresbiteris, L. (1998) – Avaliação da aprendizagem – uma nova prática implica nova visão do ensino, Marília, UNESP
Klein, Melaine – Contribuições à Psicanálise, Editora Mestre, (1981).
Zabala, A.- A prática Educativa como ensinar – Artes Médicas.
Perrenoud, P – A Pedagogia na Escola das Diferenças.
----------------- Construir as competências desde a Escola.
Charlot, B – Da relação com o saber – Elementos para uma teoria.
Dens, A . (1998) La Educación Especial uma visión sobre la integración y la inclusión desde um enfoque pedagógico.
Apresentado no II Encontro Mundial de Educación Especial Havana/Cuba.
Masini, Elcie F. S. – Avaliação; Inclusão; Promoção automática; Exclusão. Apresentado no Fórum Pp – “Debate Nacional sobre Avaliação e Aprendizagem ABPp – SP (2001)
Taille, Yves de La (2001)
Limites: três dimensões educacionais – Editora Ática
Thurler, Mônica Gather - A Eficácia das Escolas não se mede: Ela se constrói, negocia-se, pratica-se e se vive .
FDE, 1998
Faviani , Dermeval – Educação Brasileira Editora Autores Associados – 2000 8ª edição SP
Kazumi Sassaki , Romeu – Inclusão – construindo uma sociedade para todos – 3ª edição anos 1999. Ed.WVA RJ
Publicado em 17/02/2002
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Nívea Maria de Carvalho Fabricio, Vânia Maria de Carvalho Bueno de Souza - Nívea Maria de Carvalho Fabricio: Psicóloga, psicopedagoga, terapeuta familiar. Diretora dos Colégios Graphein e Brasil-Canadá, Presidente da ABPp-Nacional (99-01). Vânia Maria de Carvalho Bueno de Souza: Pedagoga, Psicopedagoga, Diretora dos Colégios Graphein e Brasil-Canadá, Membro do Conselho e Diretora da ABPp- Nacional.(99-01).
Fonte: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=328